domingo, 21 de junho de 2015

Está chegando a hora!

21 de Junho de 2015.

Viva cada dia com intensidade. Estamos chegando ao fim de um superciclo expansionista do capitalismo moderno. A história irá mudar em poucos anos, ou talvez em poucos meses, conforme comentarei a seguir. Já participamos ao vivo de grandes eventos históricos que serão capítulos nos livros de história para além dos nossos netos. Os próximos capítulos serão ainda mais emocionantes (não necessariamente mais agradáveis)!

Faltam menos de três meses para a tão aguardada reunião do FED que poderá vir a aumentar a taxa de juros norte-americana. Ninguém sabe se realmente haverá aumento. No último discurso da semana passada, Janet Yellen não deixou claro quando será o início do movimento de retorno à realidade, embora tenha destacado a necessidade de se ponderar a velocidade com que tais ajustes serão feitos. Seria uma forma de avisar que os aumentos serão bruscos e rápidos? Não, espero que não... As consequências de tais atos, embora necessárias e inevitáveis, são conhecidas por causar grandes quedas nos mercados bursáteis mundiais, inclusive com quedas de 50% da última vez que isso aconteceu.
E daí? O que acontece a partir de Setembro? Antes deixe-me repetir o que já postei anteriormente: pelos meus estudos de ciclos econômicos venho prevendo uma nova crise econômica entre os anos de 2012-2016. Sabemos que historicamente temos duas grandes crises por década (teoricamente nesta década ainda não tivemos nenhuma e estamos na metade deste ciclo - 2010-2020). Sabemos pelos mesmos ciclos que elas tendem a ocorrer em Setembro-Outubro. Estamos chegando perto do prazo final da minha previsão e os fundamentos macroeconômicos mundiais em nada nos deixam otimistas. Alguns poderiam questionar se nossa bolsa em queda por 6 anos, inflação em alta e além do teto estabelecido pelo BC, desvalorização do Real já não caracterizariam uma grande crise. Talvez sim no cenário interno. Estamos em recessão e isso é inegável. O Ibovespa está há vários meses se apoiando na linha inferior do canal de alta de longo prazo, seja no gráfico em Real, seja no gráfico dolarizado. Se fosse apenas isso, apostaria em compra de Ibovespa para o longo prazo, e este até pode vir a ser um cenário futuro, porém preciso alertar que a última precificação do Ibovespa o coloca na razão P/L 12, cenário que não me atrai frente uma Selic de quase 14% ao ano. Gostaria de PLs abaixo do inverso da Selic em torno de 7, sem contar o prêmio de risco. Isso posto, apenas recomendaria estratégias de compras de ação para o longo prazo via buy and hold de boas empresas com quedas da ordem de ao menos 40% das cotações atuais. Quem sabe, mudanças nas taxas de juros e melhora da nossa economia interna aumente as margens de lucros das empresas e venha a diminuir essa relação, sem necessariamente derrubar nossa bolsa. Assim torcemos. Recomendo aos compradores e proprietários de ações cautela e ausência de compras. Faça caixa. Espere o momento certo para entrar. Lembre que quedas de 30% significam mais de 40% de lucro para voltar ao ponto inicial. Não estou aqui prevendo quedas no Ibovespa, isso é simplismente impossível, mas sim afirmando categoricamente que os ativos nas cotações atuais estão caros por métricas macroeconômicas, embora baratos graficamente. Qual está correto? Ninguém sabe. Apenas uma forma de investimento te permite usufruir grande parcela do seu capital em ações apesar do cenário indeciso atual. É como operamos. Estratégias que podem se beneficiar de grandes movimentos direcionais, limitando riscos em caso de grandes quedas. Manejo de risco por trade e de toda carteira é fundamental nesse período nublado. Na verdade nossos modelos de trading não necessitam de variáveis macroeconômicas para funcionar. São baseados em variações de preços, e posso dizer a todos, sem ego ou viés, que temos várias ações dando belos trades na ponta compradora neste momento. Sigo comprado no dólar, pois o setup assim ordena. Caso venha correção mais forte na bolsa ou na moeda, seremos estopados. E só. Certamente o próximo momento de entrada será ainda mais lucrativo caso isso venha a corrigir as distorções macro do momento,e o cenário que esboço vier a se concretizar.

A redução dos juros americanos desde a crise de 2008 criou uma nova bolha de ativos, como os governos sempre fazem... corrigem uma bolha criando fundamentos para a próxima. Isso vi em 2008 e continuo acompanhando até hoje. Nada mudou. Os governos são pessoas, as pessoas não mudam, ainda mais quando o que está em risco não é delas. É seu dinheiro. A injeção absurda de capital deixa o FED na condição de insolvente frente aos débitos atuais, com alavancagens da ordem de 77 vezes! Claro que as bolsas não páram de subir. Como fazer precificação de ativos quando a taxa de desconto para trazer os preços do infinito ao presente é 0? Os valores também tendem ao infinito, claramente o que vem ocorrendo, claramente uma bolha no mercado de ações. Os modelos econométricos são os mesmos, os resultados são de livro de economia, as consequências serão de livro de história. Hoje temos os EUA como o maior devedor mundial, a níveis nunca antes atingidos, com estímulos monetários prolongados que não estão conseguindo melhorar os dados macroeconômicos locais da forma pretendida e a urgente necessidade de correção das distorções mercado x economia real. Sim, os mercados americanos já não refletem a realidade e por uma boa margem. Estamos próximos de níveis só vistos na bolha de 2000-2002 das pontocom. Será adiada a decisão de aumento da taxa de juros para Dezembro por medo das consequências nos mercados e na economia? Caso seja, nada irá mudar. Na verdade apenas mais dinheiro continuará a ser criado, aumentando ainda mais a bolha e tornando sua futura explosão ainda mais desastrosa. O problema já está criado. Atualmente não há como resolvê-lo, apenas enfrentar as consequências (que serão desastrosas para todo mundo). O básico seria um leve aumento de 0.50% ainda este ano. Os ativos serão novamente precificados pelo aperto nas margens de lucro das empresas com aumento do PL (atualmente SP500 com PL em torno de 20), e tornando as bolsas ainda mais caras . Além disso, parte do capital de risco volta aos EUA, causando queda nas bolsas ao redor do mundo e elevação do dólar frente a várias outras moedas. Aqui no Brasil estamos numa correção de onda 4 (pela minha contagem de ondas de Elliot) e ainda teremos mais uma pernada de alta na moeda americana (onda 5 expansiva) para talvez em 2016-2017 iniciarmos um ABC corretivo que traria o dólar para níveis mais baixos. Seria nessa época que estaríamos voltando a controlar a inflação, segundo nosso atual ministro, e quem sabe, também nessa época o Ibovespa esteja em alta franca com a melhora das condições internas, retomada do ciclo de baixa dos juros, melhora da balança comercial e queda do dólar.

Estamos em vantagem em relação ao mundo. Podemos fazer caixa que rende 13,75% ao ano, ou até mesmo mais que isso em algumas (cada vez mais raras) debêntures incentivadas. LCIs também se tornando mais raras apesar dos esforços governamentais para estimular o crédito imobiliário. Aproveito para lembrar da valorização média de 300% dos imóveis nos últimos 8 anos, enquanto nossa bolsa está no território negativo neste mesmo período, podendo ainda cair mais antes de se tornar realmente atrativa. Feliz (ou infelizmente) nada me atrai mais no momento que a paz dos juros brasileiros, seja atrelado ao IPCA seja à Selic. Essas recomendações valem para os próximos meses. Não mais que isso. Acredito numa súbita mudança do cenário à frente e em pouco tempo. Está chegando a hora. Para os preparados será momento de grande prosperidade para ganhar na queda forte das ações, seja venda do índice futuro (já estamos vendidos há algumas semanas), seja na compra de puts ou simplesmente aguardar para compras de longo prazo em momento adequado.

Pelo tamanho do post, não vou comentar sobre a China. Apenas recomendo olharem alguma coisa sobre a atual bolha imobiliária, cidades fantasmas e dívida/PIB. Sim, vem algo grande também da China para nos afetar. A diferença é que agora não estamos tão bem nas contas públicas como em 2008. Vamos ver quem terá a coragem de chamar de "marolinha": EUA e China afundando enquanto tentamos ganhar dinheiro vendendo café e banana. Já ouviu falar em PLs acima de 200? Faça uma busca nas bolsas chinesas e encontrará algumas. Vai a 300? Quem sabe... só não com o meu dinheiro!

Tudo parece muito bonito quando escrevo? Só parece! Posso estar errado e nenhum desses cenários se concretizar. Podemos já ter precificado tudo que falei acima e iniciarmos um grande ciclo de alta no Ibovespa, apesar das condições macro, basta que o mercado veja a possibilidade de melhora nos dados futuros e comece seua precificação. E aí? Vou perder a alta pois estamos pessimistas com a economia interna e mundial? De forma alguma! Como falei no início, o setup Holanda Trader se beneficia dos grandes movimentos de alta e de baixa dos mercados, considerando nossa incapacidade de prever o futuro. Não precisamos saber o que vai acontecer para nos beneficiar dele. Imagine que antes de sair de casa todos os dias fosse necessário prever se haverá algum acidente com você. Impossível. Isso não te impede de tomar precauções e atitudes que te beneficiem no cenário positivo ou negativo. Parece impossível? Bom, em breve poderei te ajudar com a retomada dos nossos cursos. Se você já entende o que falo e utiliza trading system que ganha na alta e na baixa, podemos manter a maior parte da carteira em ativos de risco como ações, futuros e commodities, aguardando sentado os futuros grandes movimentos.

Que venham! Voltemos à realidade! Está chegando a hora!

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Estamos voltando!

Sim, estamos voltando!

Depois de um ano sem postar no blog, estou buscando mais tempo livre e renovando meus dotes de escritor para voltar a postar aqui no blog Holanda Trader. Desta vez estou com a proposta de mostrar uma nova abordagem do mercado. A que eu pessoalmente uso na maior parte do meu capital. A única que funcionou ininterruptamente nesses 10 anos que estou na bolsa. A única que tem me permitido bater o Ibovespa de 2010 até o presente momento.

Não estou falando de lucros recordes no day-trading, nem trades alavancados com opções ou futuros. Os melhores traders do mundo conseguem uma taxa composta em torno de 22% ao ano. Estou falando dos Top Ten. Nos investimentos, Warren Buffet continua sendo a lenda (viva) com retornos pouco abaixo dos 25% ao ano. Claro que esses números em 2005 a 2007 não chamariam a atenção de ninguém aqui no Brasil, época em que o Ibovespa estava no final do seu ciclo expansionista e o mundo comemorava a bolha do crédito, ações, comodities e imóveis. Depois de quase 6 anos em queda no Ibovespa, os mais novos do mercado resolveram considerar essas cifras interessantes.

Tenho acesso a vários serviços de monitoramento e informação econômica aqui no Brasil e principalmente no exterior. Todos estão pessimistas com os fundamentos macroeconômicos no Brasil, pessimistas com o fim da bolha de ações americana, fim do sistema monetário internacional como conhecemos hoje, fim do dólar como moeda referência para negociações internacionais, retomada de alta do ouro e petróleo (por sinal esses movimentos altistas já se iniciaram neste momento em que escrevo), continuação da desvalorização do Real frente ao dólar (falavam em 2,50; 3,50. Esta semana um novo relatório fala em alvo de 4,00... ah se fosse fácil assim...), inflação fora de qualquer meta, aumento dos juros, aumento da dívida brasileira, aumento do desemprego, enfim, recessão econômica.

Seria lindo se não fosse trágico. Quando vários economistas se alinham nas opiniões, se auto-intitulam conhecedores dos bastidores, prevêem o futuro com muita certeza e você começa a acreditar neles... pode crer que a única certeza é o fato de que você acabou de entrar na manada. Parabéns. Você é normal. É assim que a maioria se comporta. Alguém tem que fornecer o dinheiro dos vencedores. Se vários dizem a mesma coisa, eles devem estar certo, correto? Humm. Há controvérsias.

Outro engano que tenho visto nos últimos meses é a criação de carteiras mágicas compostas por todos instrumentos financeiros disponíveis na sua corretora. Mas se o futuro está tão previsível assim, porque colocar tantos instrumentos? Bastaria colocar os melhores para o momento atual. E quais os melhores? Primeiro decida se quer se proteger ou ganhar dinheiro no momento atual. Há formas de otimizar cada cenário e desejo do investidor. O que não é possível é querer ganhar em todos os cenários e usar o CDI como benchmark. Quer bater levemente o CDI em todos os meses, com constância, sem variação mensal? Aproveite o bom momento da renda fixa com debêntures líquidas de imposto, LCI, LCA até o limite do FGC. Pronto. Qual o mistério? Essa é a proteção contra inflação que ainda gera uma excelente taxa de juros líquida e real nos próximos 10 anos. Isso eu chamo de proteção. Quando o Ibovespa voltar a subir com força dando rendimentos de 30, 60, 90% ao ano, você não vai poder reclamar que ficou de fora pois estava atolado em renda fixa. Se quer se proteger, você se protege. E só. Isso é o que chamo de otimizar a carteira e atingir seus objetivos. Mas... Se quiser ganhar muito, vai ter que correr riscos, vai ter que apostar nas ações, commodities, opções e futuros. Vai ver oscilações de capital no curto prazo. Vai ficar ansioso. Vai reclamar do governo atual. Ou não. Depende da sua estratégia, do seu mind set, da sua filosofia de investimentos.
Vejo recomendações de carteiras com 10 a 20% de renda variável e 10% de ouro e cujos detentores se orgulham por estar batendo o CDI. Ora, para bater o CDI não preciso de correr riscos, basta seguir o que recomendei acima. Quer se beneficiar de assimetrias, caudas longas, cisnes negros? Saiba que existem estratégias de renda variável com risco definido que te permitem usufruir desses eventos inesperados positivos, mesmo usando grande percentual do capital total de sua carteira. Pequenas porções na renda variável na carteira de renda fixa apenas de darão a glória de bater o CDI nos meses de alta do Ibovespa e rentabilidade nula nas baixas. Saldo final? Não sei. Resultado da sorte, do futuro desconhecido. Eu não colocaria meu suado dinheiro na sorte do destino, futuro incerto.

Bem, por hoje já falei bastante. Hora de ir. Estudem gestão de capital, manejo de risco e psicologia do trading. Não se restrinja à sua estratégia. Não se restrinja ao pensamento do economista que te envia relatórios, qualquer que seja a fonte, qualquer que seja sua titulação acadêmica.  Espero em breve poder retornar a este espaço e apresentar um pouco mais do que venho fazendo nos últimos anos, assim como as baboseiras que ouvimos diariamente nos mercados.

Abraço a todos e bons trades,
Holanda Trader.